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sexta-feira, 11 de maio de 2012

O DIÁRIO DA VACA NEGRINHA





Em uma tarde de frio
Com coragem e muito brio
Minha mãe de-me à luz,
Invernada montanhosa
Eu, contente e saltitante!
Procurava alimentar-me
Naquele úbere matriz.


                    Felizmente no mundo animal,
                    Não existe preconceito
                    E eu, sentindo-me a tal,
                    Seria a mais feliz!
                    Mesmo sendo bem negrinha
                    Mas, saudável e espertinha...
                    Uma "cabeça" a mais
                    Assim dizem os "tais"
                    Que só querem enriquecer.


Fui crescendo... Fui crescendo...
- Que novilha bonita!
Ouvi o patrão dizer...
E o tempo foi passando
Junto àquela manada
Eu fui permanecendo


                    Um dia como toda novilha
                    Também me senti atraída
                    Por um bom reprodutor
                    Senti a vida mudando
                    Adulta eu fui ficando
                    Até que prenha, fiquei.


Tentando me espelhar
Nos bons exemplos de mamãe
Carinhosa e responsável
Boa mamãe me tornou.


                    Uma cria... Duas... três
                    A se perder as contagens
                    Naquelas verdes pastagens
                    Senti que envelheci
                    Na minha última cria
                    Esqueceram-se de mim
                    Meu filhote bem crescido
                    Sugou-me até o fim!


Um dia, o meu patrão,
Acordou então pra vida
Viu-me muito abatida
E levou então meu filho
Pois já comia capim


                    Era tarde infelizmente!
                    Essa tal humanidade
                    Vive na comodidade
                    Nos prazeres eloquentes
                    Comecei então me lembrar
                    Quando lucro eu tinha pra dar
                    Olhavam-me com atenção
                    Quantas crianças alimentei!
                    Quantos queijos eu lhes dei!
                    Enriquecendo as refeições


Hoje, assim tão abatida!
Senti-me então perdida
Nada mais tenho pra dar!
Solidariedade recíproca? Não!
-Essa aí, nessa fraqueza,
Nem vale à pena gastar


                    Ao ouvir essas palavras
                    Então compreendi,
                    Eu tinha que ser bem forte!
                    Aqui, começa o meu fim!


Separaram-me das outras
E,eu fui continuando...
Certo dia uma vizinha
Aproximou-se de mim
Brincando, empurrou-me com os chifres,
Eu fui cambaleando
Com minha fraqueza, caí.


                    Foi então que eu senti
                    Que não mais levantaria
                    Passaram-se alguns dias
                    E eu, nunca mais comi,


Senti sede, senti dores,
Senti no couro, os horrores,
De um animal envelhecido
Até que certa manhã...
Um funcionário piedoso...
Talvez tenha sido meu fã...


                    Dizia em voz muito baixa
                    -Onde é que está o machado?
                    No sofrimento dela vou por fim!
                    Reuni as minhas forças
                    E esperei o meu fim
                    Cada um tem um destino...
                    E o meu...
                    Estava escrito assim!
                                              



  


                    

10 comentários:

  1. Ivany, fiquei aqui pensando, lembrando...essas cenas me levaram até a infância! Lindooooooooooo o que você escreveu! Adoro animais e, que bom seria se as pessoas entendem que para eles (animais) somos "deuses"... Deixo aqui meu carinho e desejo de um feliz e abençoado final de semana! Abraçossss...

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  2. Olá Van, to de volta rs, vim agradecer o carinho de sua visita e dizer que é um prazer passar sempre aqui pelo seu cantinho.
    Beijos da Sol

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  3. Minha linda gostei de ler, apesar de achar
    tristinho ..tadinha da vaquinha ,mas se a gente
    ver na velhice, os seres humanos tbém se sente
    assim.....sozinhos isolados de muitos que nem
    cuidam né......mas já estou aqui no seu outro Blog
    adorei ver vc bjuss de bom dia!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. .


    Quanto menos você ensaia,
    mais autêntica se torna a
    peça.

    Palhaço Poetas





    Tô seguindo o seu blog.
    Vê se você segue o meu.
    .

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  6. Pobrezinha dela! Quem sabe um dia os homens parem de fazer os animais sofrerem...

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  7. Que lindo poema, gosto como escreve, obrigada por divulgar meu link-me ja adc este blog entre os que indico, Deus abençoe o carinho, deve ser bom mesmo fazer o curso de caligrafia se vc ver minha letra como é feia kkkk nem eu entendo o que escrevo as vezes.

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  8. Olá, chamo-me Cris Henriques.
    Gosto muito de poesia e também escrevo. Adoro.
    Gostei muito do teu poema à vaquinha. Concordo inteiramente contigo, no reino animal não existe preconceito. Gosto deste pensamento. Como sou sonhadora e idealista, acredito que no reino humano um dia deixará de haver também o preconceito.
    Continua a escrever, que tens muito talento.
    Adicionei-me como tua seguidora.
    Deixo-te o endereço do meu blog para me visitares, se te apetecer.

    http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com/

    Um abraço,

    Cris Henriques

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  9. .



    Ivany, Estou adorando ser
    seu amigo. mas hoje, no enta-
    to, eu preciso da sua ajuda para
    saber se gostou ou não do meu
    novo blog.
    Mudei a cara dele por achá-lo
    comum e cansativo. Por isso
    resolvi ousar um pouco.
    Diga qualquer coisa a respei-
    to, mas, por favor, não se ca-
    le agora.

    Um beijo,

    Palhaço Poeta







    .

    ResponderExcluir

MEU CARINHO À TODOS! OBRIGADA!