Seguidores

quinta-feira, 29 de março de 2012

O SENHOR JA VIU ELEFANTE?





                                                           O SENHOR JÁ VIU ELEFANTE?

Nóis, o povo aqui da roça,
Pode inté falá qui isboça
Mais pudor, do que os outro,
Nóis pensa bem como falá,
Que é pru rostu num vermeiá
Dispois que falô bestera
Mordi o povo num repará

Ainda guardamu os custume
Dos tempo do nosso avô,
Quandu a moça ta no pontu
E ta quereno namorá...
O rapais tem que vim cá
E pidí a sua mão, e só
Cumeçá então, dispois que o pai dexá

Coitado do Jão Franguinho
Desse, num vô misquecê
O que teve que fazê
Pra cumeçá namorá,
Num tinha papu o cuitado
E prus mar dos seus pecadu
Tinha que na casa cumê

Quando o véio perguntô
O seu nome compretinho
Dizia sê Jão Franguinho
Só pra Pinto num falá
Então mudo pra Franguinho
Pra miózinho ficá, e a moça
Nunsispantá, do nome que batizo

Dispois da janta então
Cumeçô a cunfusão,
Já é hora di falá...
Da moça pedi a mão...
Mais, cumé vai cumeçá?
Di qui jeito vai fala?
Se num tirô opinião?

E as hora foi passano
E o Jão num cumeçava
O veio já aguniava
Da demora do pião
Inveredô pirguntá
Cumé que tava os leitão
Se já dava pra assá

E o Jão sem tê resposta
Num sabia o que dizê
Nem porquinho ele tinha
Já nu pontu di cumê
Cumeçô garguejá
Num cunsiguia falá
Di tanta água bebê

Inventô um papu loco
Idéia mais infeliz
Pois já tava meio roco
E com cocêra no nariz
Dispois di tanto garguejá
E sem tê o que falá
Disse memo o que num quis

Deu um suspiro bem fundo!
Já tava no outro mundo
Quando resorveu pirguntá:
-O sinhor já viu elefante?
O véio chaquaiô o ombro
E lhe pirgunto:-Por que?
-Ô bicho do------grande né?
                                 IVANY


   Ivany, achei maravioso
   Nesse falá sertanêjo
   Tirô um pinto pompôzo
   Ja franguinho seu desejo
   Pru sê munto vregonhado
   Mas, da moça namorado
   Na hóra teve gagêjo

   Quando eu era um rapaz
   Em vila velha morava
   Eu mentia pra molecada
   Quando um circo chegava
   Dizia pra muito jornal levar
   E a entrada do circo não pagar
  
   Algum achava intrigante
   E perguntava no instante
   Por que eles querem jornal
   E eu achava super normal
   Falar com minha cara- de- pau
   Pra limpar a bunda do efefante
                                             PEDRINHO GOLTARA



   Gostei do teu jeito assim
   Pois quem foi nascido e criado
   Dentro do meio rurá
   Cuma eu fica encantado
   Com teu jeito de falá
   Ou melhor, de escrever
   Mas nos dá grande prazer
   Com a tua inspiração
   Esse jeito de falar
   Do povo do meu sertão
   Mas fiquei em confusão
   Com o teu nome escrito
   Não é feio nem bonito
   Na foto não está esrito
   E quem és lá no telão
                                 CAGA SEBO DO NORDESTE


   Brigádu dona minina
   Pela visita di tú
   Eu fiquei muntio cuntente
   Currí alégre ingual nhambú
   Vuncê tombém é da roça
   Um abraço do véiu cururú
                                     CATULO


   Êita que pápu da pésti
   Num si liga nas antena
   Si fôssi aqui no nordésti
   Nóis ia arrancá as pena
   E pra dexá di sê frôxo
   Nóis dexava o côrno môxo
   E fugia cá morena
                                 HELIODORO MORAIS
  
  
  
  

2 comentários:

  1. Adorei o texto, obrigada pela visita. Volte sempre...
    Bjos, Mari.

    ResponderExcluir
  2. Vixe Nossa Sóra, minina! Danado di bão! Num sô do Nordeste não, sô aqui do Sul memo, mais aqui nóis tamem num semo frôxo...É tudo peão danado de macho e prenda guapa tchê! Vô ficano por aqui... Dexano um "quebra-costela" bem gaúcho, sô! Inté!

    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

MEU CARINHO À TODOS! OBRIGADA!